12 dezembro 2006

Reuniões

As reuniões mensais da AAMICA acontecem na 2ª segunda-feira do mês. Geralmente no Colégio da ACM na Washington Luiz. É só se apresentar na portaria e solicitar a sala onde a reunião acontecerá. Hora:19:00.

Cinemateca Capitólio entra na segunda fase de obras

Recuperação do Cine Theatro teve início em dezembro de 2004, com patrocínio da Petrobras. A primeira fase da obra já foi concluída – a fachada e as estruturas da construção estão totalmente recuperadas – e a segunda etapa começou em janeiro de 2006. A fachada e as estruturas da construção histórica estão totalmente recuperadas.

Através de um convênio entre a Fundacine e a Prefeitura de Porto Alegre e com o apoio da AAMICA (Associação de Amigos do Cinema Capitólio), a restauração do Cine Theatro teve início em dezembro de 2004. O projeto é patrocinado pela Petrobras, que financiou R$ 4,1 milhões – através da Lei Rouanet, do Governo Federal –, dos quais R$ 500 mil devem ser repassados nos próximos meses. As obras civis foram concluídas – a fachada e as estruturas da construção estão totalmente recuperadas.

A Cinemateca Capitólio será a primeira da região Sul do Brasil e a segunda do País. Pretende reunir todo o acervo audiovisual do Rio Grande do Sul. A Cinemateca Brasileira fornece, por meio de um convênio, o suporte técnico de acervamento, restauração das películas, vídeos e materiais documentais, como cartazes e revistas. Todo material é enviado para a equipe da Cinemateca Brasileira, onde recebe tratamento adequado para estar, em breve, disponível aos gaúchos no prédio do antigo cinema da Borges de Medeiros.

Atualmente, o acervo da Cinemateca Capitólio conta com 91 filmes, entre eles dois longas-metragens, além de 404 vídeos brasileiros e estrangeiros. Todo o trabalho de pesquisa e catalogação é realizado há cerca de um ano, em uma sala da Usina do Gasômetro, cedida pela Prefeitura. O jornalista e pesquisador Glênio Póvoas está contratado e em março começa a atuar como consultor técnico de catalogação e acervo. Atualmente, ele está em São Paulo, onde pesquisa a metodologia e técnicas adotadas pela Cinemateca Brasileira.

A Cinemateca Capitólio vai contar com uma sala de cinema com 188 lugares, equipada com projetores digital, 35mm, 16mm e de vídeo. Também haverá cinco salas de projeção multimídia – uma com 42 lugares e outras quatro microssalas com três a cinco assentos. O projeto prevê ainda área de acervo, biblioteca, café e um espaço de exposições com mostras permanentes e temporárias de cartazes de filmes e outros materiais relacionados à história do cinema.

História

O Cine Theatro Capitólio foi inaugurado em 12 de outubro 1928 com a filme Casanova, o Príncipe dos Amantes. Edificação em estilo eclético com influências da arquitetura açoriana e colônia portuguesa, o prédio foi projetado pelo arquiteto e engenheiro Domingos Rocco.A construção foi considerada ímpar na década de 20; unia luxo, complexidade e perfeição na arquitetura e decoração da sala de projeção. Além de filmes, o Cine Theatro apresentava peças de teatro, bailes e até concursos de misses. Companhias teatrais e vedetes do teatro de revista passaram pelo palco do Capitólio.

Nos primeiros anos, filmes mudos eram exibidos com acompanhamento de piano ao vivo. Em 1969, o Capitólio foi arrendado e reformado. Depois de quatro décadas de enorme sucesso, sempre reconhecido como uma das melhores salas da Capital, o nome do cinema mudou para Cine Première.Passados dez anos, o prédio sofreu nova intervenção e o antigo nome lhe foi devolvido. A crise dos cinemas de rua já era uma realidade.

Ao longo da década de 80, os problemas financeiros marcaram a administração do espaço, situação que se estendeu até o fechamento do cinema em junho de 1994. No ano seguinte, a prefeitura declarou o prédio Patrimônio Cultural de Porto Alegre, reconhecendo a necessidade de sua preservação e recuperação. Para isso, o Capitólio foi adquirido pelo município.

O Capitólio e a Comunidade

O Capitólio está de volta e a Associação dos Amigos do Cine Theatro Capitólio (AAMICA) orgulha-se de ter contribuído decisivamente para essa conquista. Tombado pela Prefeitura, o prédio que abrigou o Cinema Capitólio é patrimônio municipal e merece, portanto, ser resgatado do abandono em que estava imerso.

Tudo começou com a mobilização dos moradores e comerciantes do entorno, impulsionada pela queda, em dezembro de 2000, do telhado do prédio, o que fez com que um incipiente movimento pró-restauração então existente ganhasse dimensões muito maiores, cujo resultado foi a criação, em setembro de 2001, da AAMICA. Em uma semana, aproximadamente mil e duzentas assinaturas foram obtidas, num abaixo-assinado organizado pela Associação então nascente, visando a demonstrar a calorosa acolhida que teve a idéia de transformar num centro de divulgação cultural o Cine Theatro Capitólio, que faz parte da memória afetiva de Porto Alegre.

O passo seguinte foi o contato com a Prefeitura, que se tornou, por intermédio da Secretaria Municipal da Cultura, a primeira parceira da AAMICA na concretização desse projeto. Mais tarde, com adesão da FUNDACINE, interessada em sediar uma cinemateca, foi conseguido o patrocínio da PETROBRAS, para a execução de obras necessárias.

O Capitólio restaurado é o resultado de inúmeras reuniões, de um sem-fim de contatos e da boa-vontade de pessoas que, voluntariamente, doaram parte do seu tempo a uma causa na qual acreditaram desde o princípio e cuja concretização é motivo de alegria para todos. Uma queda inicial (a do telhado) transformou-se num triunfo, provando que lutar, persistir, defender ideais e crer na possibilidade de realizar sonhos são atitudes que podem conduzir a um final feliz.Mas o trabalho da AAMICA não pára por aqui.

A conclusão das obras de restauração e a implantação desse novo espaço comunitário constituem a primeira etapa de um projeto que vai além. Torna-se agora necessário conservar essa conquista, por meio de uma gestão competente e responsável, da qual a AAMICA também fará parte.

A mobilização continua, agora com o objetivo de divulgar amplamente esse marco na história cultural de Porto Alegre, tornando-o um ponto de encontro daqueles que amam a arte. Queremos o Capitólio de pé, guardando vozes, cantos, coros e personagens. Queremos o Capitólio vivo, dinâmico, engajado na nobre tarefa de conservar a memória artística do Estado do Rio Grande do Sul.